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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tender Bolinha

Houveram épocas em que Natal na minha casa era sinonimo de um grande evento com muitos convidados, uma tremenda falação e gente comendo por todos cantos. Com as constantes investidas psicóticas do meu avô a causar toda sorte de constrangimento alheio e tortas de climão de todos os tipos, o Natal se reduziu a: quem estiver em casa. Me lembro de um episódio épico dele desfilando pela sala de estar no meio dos convidados, flutuando como uma estrela da Victoria's Secret, com pijamas furados nas partes íntimas  enquanto intercalava uns "tá tarde né?" com os bocejos mais audíveis que já presenciei. Uma figura.

Sei que Natal é um coisa familiar. Você passa  com a sua. Se não tem familia grande, passa com a que tem. Mas pensar a ideia de que a convivência com meus parentes foi sendo destruída ao longo dos anos, sem eu ter participado ativamente disso me incomoda.

Mas o que mais me incomoda é a falta de coragem da minha mãe para consertar a situação. Como filha do sujeito e dona da ligação mais forte, somente ela teria o poder sobrenatural de censurá-lo. Contudo, a única reação que vem é "em 30 anos minha paciência com ela está esgotada".

Envelhecer é tornar o Natal mais período pra relembrar mágoas do que pra celebrar união

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