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terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Jaqueta da Vitrine [3]

"Eu não preciso de uma nova jaqueta. Eu nem costumo usar jaquetas."

Eu andava por uma rua qualquer, em um dia qualquer com minha caminhada desatenta. Eu na calçada e ela vitrine. Meu olhar corria por todos os lados até ser surpreendido. Ela me seduz, quase chama pelo meu nome. Exposta em um manequim só para ela, reinava soberana em seu domínio de vidro tornando todas as outras peças quase invisíveis. Era linda: de couro, imponente, daquelas que transforma qualquer um em mocinho de filme de ação.

Fisgado, eu viro o rosto para olhá-la, dou dois passos para trás e caminho em direção a vitrine. Admiro-a e, por alguns segundos, ela já está no meu corpo, perfeita, concebida para mim. Observo as linhas de sua costura, sua cor, cada detalhe da peça até finalmente perceber uma minúscula plaquinha preta com número brancos pendurada próximo à sua base. A soma era exorbitante.

Como poderia comprá-la? Eu não tinha emprego tão pouco tinha dinheiro. Era novo. Se fosse virado de cabeça pra baixo caíria, no máximo, um clipe de papel que costumava carregar no bolso. A solução seria pedir dinheiro. Hmmm. Meus pais? Não pagariam tão caro por uma bobagem como essa. Emprego? Não tinha tempo, estudava dois períodos. Pedir na rua? Levaria meses para juntar a quantia...

Aos poucos minha excitação foi murchando conforme as possiblidades de possuir meu objeto de desejo iam ficando menores até se tornarem quase nulas. Volto à realidade, onde aquela jaqueta jamais seria minha e continuo a caminhada para algum lugar.

"Eu não preciso de uma nova jaqueta. Eu nem costumo usar jaquetas."



Outras perspectivas sobre o mesmo tema aqui e aqui.

1 comentários:

Thalita disse...

Eu também sempre entro no seu! Você é que quase nunca atualiza!

Quero muito saber como você está, ó grande mestre do Dota e padrinho do Baia!

; )
Um beijo!