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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ÉPOCA: Presente; LUGAR DA CENA: Fila de banco

Banco próximo a um pólo comercial em horário de pico, por volta das 11:00hs, com multidões de pessoas querendo ser atendidas ao mesmo tempo e uma fila enorme que deixa as pessoas ainda mais irritadas. A caixa, sempre antipática, nem olha no rosto das pessoas. Próximo!

A secretária dá um passo à frente. Cansada, desiludida e farta da rotina. Lembra com doçura dos tempos de outrora, quando ainda era criança. Costumava colocar escondido os sapatos da mãe e desfilava pela casa quando ninguém estava olhando. Queria ser adulta, passar batom e ficar falando de coisas sérias. Achava bonito aquilo tudo.

Adolescente, não queria mais brincar de boneca. Queria ser madura, falava de namorados e maquiagem e zombava das garotas que ainda achavam graça em esconde-esconde.

Hoje, só queria poder olhar o mundo com aquela simplicidade.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Diário de Bordo pág 22

Ainda deslocado, como um estranho no ninho. Me sinto de alguma forma, como me senti entrendo no Alfredo Mesquita pela segunda vez. Com uma ansiedade estranha.

Aula leve, temas leves.

Retomando meu espírito CDF. Gosto quando sou elogiado.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Carta de Demissão

São Paulo, 16 de setembro de 2009

A/C do meu Superior Imediato


Prezados Senhores:


Venho por meio desta, comunicar minha decisão de deixar a honrosa função de Adulto, a mim confiada desde 2006.

Agradeço muito a oportunidade que me foi dada. Em todos esses anos me esforcei ao máximo para alcançar todas as metas que foram estabelecidas para que me tornasse um adulto exemplar. Mas no presente momento não me sinto à vontade nesta categoria.

Quando fui promovido a Adulto não foram acertados alguns pontos que agora me incomodam como que eu não poderia mais rir alto do que acho engraçado, que teria que adotar posturas de “bons costumes” e nem que passaria a achar bobagem sonhar acordado. Não me foi dito como o mundo dos adultos é tão cheio de aparências, intrigas e paranóias.

Quero voltar a achar que o Sol e a Lua são casados. Brincar de faz-de-conta, rir de si mesmo e não ter medo de abraçar alguém. Quero brincar com pessoas sem preconceitos, achar que ganhei o maior prêmio do mundo quando compro pipoca doce com muito caramelo vermelho ou quando encontro uma figurinha que brilha. Quero me sujar com bolo. Quero viver uma aventura todos os dias. Quero ler e imaginar.

Muito foi realizado enquanto estive na função de adulto e essa sinergia trouxe benefícios para ambos os lados. Mas agora é necessário fechar esse ciclo, pois não quero mais esse aprendizado. Não que tenha algum ressentimento à categoria. Simplesmente não me adéquo à função de adulto.

Por esse motivo e sem nenhuma reserva ou desagrado quanto minha permanência até a presente data, é que eu me demito


Atenciosamente,
Pedro Coelho