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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Nostalgia

Vez por outra surge em alguma rede social algo sobre infância. Tive o prazer - algumas vezes desprazer - de conviver com boa parte das pessoas que estão no meu facebook e afirmo categoricamente que todos que me enviam mensagens romantizando a infância não souberam aproveitá-la. Quando éramos crianças, éramos todos bobos. Todos sem grandes ambições e socialmente ineptos, mas acima de tudo, bobos. Minha turma mais próxima "demorou" muito para crescer, amadurecer e pensar em coisas que não eram de crianças. Não digo sexo, mas os pormenores do perverso jogo social e tudo que ele engloba que adentramos apenas quando começamos a deixar de ser crianças. Faziamos brincadeiras mil, de correr por todos os cantos, marcar "rolês miados" que agente nem percebia que eram miados. Viver no imaginário mesmo. Enquanto isso, boa parte dos mais "cools" se esforçavam para amadurecer logo. Despontar como pseudo-adulto era o hype da pirralhada. Não preciso nem citar quantas vezes fui apontado por eles, mas só comecei a me importar um bom tempo depois; claro, quando comecei a percebei já estava no dito jogo social. No mínimo incoerente sentirem saudades dessa "tal infância" pois fizeram de tudo para que as suas acabassem logo. Alguns acho que não ficaram tempo suficiente nem para ter alguma lembrança marcante.
Olho para trás e, diferente das mensagens que recebo, não gostaria de voltar para aquela época. Permaneci criança o tempo suficiente, nem mais nem menos. Tenho lembranças ótimas não-nostálgicas, apenas foi bom enquanto durou. A bem da verdade é que esse post tem uma certa vibe auto-afirmativa "no fim das contas, eu estava certo" mas não deixo de ter uma certa dó de quem quer voltar a ter o que nunca teve.