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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mal-interpretado

Um presente singelo. Afinal não havia nada entre nós. Havia se passado algumas noites do dia 12 de junho para cá. O mundo se vestiu de vermelho para celebrar o amor e meu coração enternecera. Pensava nela. Havia namorado desde menina um cara muito mais velho e nunca pôde ter o que suas amigas tinham, não viveu sua vida de menina. Agora, havia se tornado efusiva e tinha uma estranha mania de rir de tudo. Era tudo o que eu sabia sobre ela.

Adoraria dizer que ficamos amigos em um despretensiosa conversa, adicionaria um lirismo a história. E já a havia notado e, assanhadamente, sentei ao seu lado para me apresentar. Nos primeiros 5 minutos percebemos que tínhamos diversas afinidades. “E o seu namorado?” eu disse. Meio ressabiada soltou um frouxo “não estuda aqui”. No dia seguinte, ciente de que ali não havia o que eu queria, voltei a minha rotina, com as velhas pessoas com que andava. Ela no entanto, fez questão de me procurar, de conversar, de estabelecer vínculo. Passamos a nos falar todos.

Há algumas semanas atrás, me contou que havia terminado seu namoro e passou a me dar maiores liberdades para as minhas brincadeiras cheias de malícia. Havia eu interpretado tudo errado? Havia algo entre nós?

Decidi usar uma brincadeira como pretexto: lhe daria um presente quando ela fosse minha. O não-dito sempre teve sua grandeza pra mim. Um pequeno mimo dentro de uma safada brincadeira. Tudo estaria explícito ao entregá-lo. Combinei de encontrá-la, novamente como tudo havia começado, “despretensiosamente”. Encontrei-a com um amigo.

“Olha o que eu lhe trouxe”, eu disse. Ela pegou o presente, olhou no meu olho, e balbucionou um obrigado. O amigo pegou o presente, sorriu para mim e a beijou tendo o cuidado de transformar a cena em um espetáculo. Eu era o bobo. Não sei se o meu ódio era maior ou a minha vergonha.


Reduzi minha expectativa a um “era só uma bobeirinha”. Afinal, não havia nada entre nós.

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Estou desabandonando meu blog.