Pages

Subscribe:

Ads 468x60px

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Não sou obrigado

Sete e quarenta da manhã, a caminho do trabalho com aquela chuvinha fraca e friaprakct que não chega a te ensopar. Serve só ficar com o cabelo molhado e ensebado, com aquela cara de "sai da academia e não tomei banho".

Passo ao lado dos ~moradores de rua~ e uma jovem senhora dirige a palavra a mim, com a finesse peculiar que só o crack lhe proporciona:

ELA: Vem aqui seu gostoso!
EU: ...
ELA: Deixa eu CHUPAR SEU PAU.


Essa é a minha vida, minha gente.

sábado, 19 de novembro de 2011

Um papinho sobre dentes...

Até pouco tempo atrás eu, no máximo uns 4 meses, eu tive sonhos que eu perdia os meus dentes. Sonhei durante muito tempo que eles ficavam moles e caiam. Eu percebia que meus dentes estavam amolecendo, colocava a língua neles e eles caiam nas minha mãos. Eu acordava assustado, na maioria das vezes sem discernir o onírico do real e passava algua minutos achando que tinha realmente perdido meus dentes. Eram sonhos recorrentes, mas nunca dei grande importância para eles. É normal para mim que alguns sonhos se repitam durante um período específico. Mas hoje eu vi um significado nisso.
Navegando sem rumo pelo internet, pulando de página em página, acabei caindo em um site cheio de curiosidades e uma delas era "os 10 sonhos mais comum das pessoas". Lá estava meu pesadelo odontológico, como o segundo sonho mais frequente das pessoas, e principalmente, o seu significado: "Falta de confiança, não se sente capaz de fazer algo". Encaixa perfeitamente na fase que vivi nesse perídodo. Não me sentia mais capaz de realizar o que me comprometi a fazer desde meus 14 anos. Estava mal. Me sentia fadado ao fracasso. Claro, não precisaria de um "dicionário de sonhos" para atestar a minha falta de confiança na época, mas saber seu significado teria ajudado a entender o que eu tinha. 
Se eu pudesse resumir minha vida em 10 frases, "informação sempre chega tardiamente" com certeza seria uma delas. As outras 9 ainda estão em aberto.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

I've got the moves like a fracasso

Eu tenho muito medo de chegar aos trinta anos.

Antes eu sabia exatamente como seria: com 21 anos eu estaria formado, morando sozinho, com 25 eu já seria doutor e estaria casando com 28. Tudo pra dar certo. Só que não.
No fim do ensino médio a coisa meio que desandou, e o universo conspirou para não entrar em nenhuma faculdade (a não ser na UniBan e derivados, que não fiz, porque eu não sou obrigado) e eu me isolei do mundo em jogos online. Fiz mesmo. E passei um ano da minha vida gastando nada além de R$ 14,90 por mês e jogando das 8:00hs até a meia-noite como se não houvesse amanhã. Vida social zero, vida amorosa menos um.

Depois desse ano nulo, arrumei um emprego (posso ouvir um glória irmãos?) e fui fazer cursinho para entrar em uma faculdade decente. Tentei por 2 anos um dos cursos mais concorridos, desisti dele, e entrei na faculdade com 23. Se o meu past-me visse o present-me hoje, definiria a situação em uma palavra: todocagado.

Daí que meus planos adolescentes serão postergados e tudo vai convergir para que a vida que será minha forever and ever comece só lá pela casa dos trinta. Aí começa o drama. Diz a lenda que a vida amorosa aos 30 é um limbo. Estar na internet é comprovar isso por inúmeras postagens/bullying sobre solterice aos 30. A coisa é triste. A melhor analogia é "fim de feira", quando todas as frutas bonitas e gostosas já foram levadas e tão liquidando aquele tomate murcho que sobrou. De um lado estão aqueles desequilibrados psicológicamente com adolescência tardia que vão para piriguetar na balada, beber muito, trepar no banheiro químico e viver loucamentezzzzzzzzRONC. Do outro estão todos os casais do universo que automaticamente passaram a ter 80 anos, e estão, aí ejetando filhos no mundo e vivendo um happily.ever.ever.after.MILARGA


Pânico.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Nostalgia

Vez por outra surge em alguma rede social algo sobre infância. Tive o prazer - algumas vezes desprazer - de conviver com boa parte das pessoas que estão no meu facebook e afirmo categoricamente que todos que me enviam mensagens romantizando a infância não souberam aproveitá-la. Quando éramos crianças, éramos todos bobos. Todos sem grandes ambições e socialmente ineptos, mas acima de tudo, bobos. Minha turma mais próxima "demorou" muito para crescer, amadurecer e pensar em coisas que não eram de crianças. Não digo sexo, mas os pormenores do perverso jogo social e tudo que ele engloba que adentramos apenas quando começamos a deixar de ser crianças. Faziamos brincadeiras mil, de correr por todos os cantos, marcar "rolês miados" que agente nem percebia que eram miados. Viver no imaginário mesmo. Enquanto isso, boa parte dos mais "cools" se esforçavam para amadurecer logo. Despontar como pseudo-adulto era o hype da pirralhada. Não preciso nem citar quantas vezes fui apontado por eles, mas só comecei a me importar um bom tempo depois; claro, quando comecei a percebei já estava no dito jogo social. No mínimo incoerente sentirem saudades dessa "tal infância" pois fizeram de tudo para que as suas acabassem logo. Alguns acho que não ficaram tempo suficiente nem para ter alguma lembrança marcante.
Olho para trás e, diferente das mensagens que recebo, não gostaria de voltar para aquela época. Permaneci criança o tempo suficiente, nem mais nem menos. Tenho lembranças ótimas não-nostálgicas, apenas foi bom enquanto durou. A bem da verdade é que esse post tem uma certa vibe auto-afirmativa "no fim das contas, eu estava certo" mas não deixo de ter uma certa dó de quem quer voltar a ter o que nunca teve.

domingo, 26 de junho de 2011

Feiúra

Dez coisas que um homem feio deve saber para tirar mais proveito da vida, essa ingrata dama:
  1. Que a beleza é passageira e a feiura é para sempre, como repetia o mal-diagramado Sérge Gainsbourg - o tio francês que pegava a Brigitte Bardot e a Jane Birkin, entre outras deusas. Sim, aquele mesmo francês cabra-safado autor do maior hino de motel de todos os tempos, "Je t'aime moi non plus", claro.
  2. Que as mulheres, ao contrário da maioria dos homens, são demasiadamente generosas. E não me venha com aquela conversinha miolo-de-pote de que as crias das nossas costelas são interesseiras. Roberto, corta essa, meu rapaz. Se assim procedessem, os feios, sujos e lascados de pontes e viadutos não teriam as suas bondosas fêmeas em pleno olho da rua. Elas estão lá, bravas criaturas, perdendo em fidelidade apenas para os destemidos vira-latas.
  3. Que o feio, o mal-assombro propriamente dito, saiba também e repita um velho mantra deste cronista de costumes: homem que é homem não sabe sequer a diferença entre estria e celulite.
  4. Que mulher linda até gay deseja e encara, quero ver é pegar indiscriminadamente toda e qualquer assombração e visagem que aparecer pela frente.
  5. Que homem que é homem não trabalha com senso estético. Ponto. Que não sabe e nunca procurou saber sequer que existe tal aparato "avaliatório'' do glorioso sexo oposto.
  6. Que as ditas "feias" decoram o Kama Sutra logo no jardim da infância.
  7. Que para cada mulher mal-diagramada que pegamos, Deus nos manda duas divas logo depois de feita a caridade.
  8. Que mulher é metonímia, parte pelo todo, até na mais assombrosa das criaturas existe uma covinha, uma saboneteira, uma omoplata, um detalhe tão pequeno de nós dois que deveras encanta.
  9. Que me desculpem as muito lindas, mas um quê de feiura é fundamental, empresta à fêmea uma humildade franciscana quase sempre traduzida em benfeitorias de primeira qualidade na alcova.
  10. Saiba, por derradeiro, irmão de feiura, que a vida é boxe: um bonitão tenta ganhar uma mulher sempre por nocaute, a nossa luta é sempre por pontos, minando lentamente a resistência das donzelas.
Boa sorte, amigo esteticamente prejudicado, nesse grande ringue da humanidade!

Chabadabadá: contos e crônicas de Xico Sá, Xico Sá, Editora Record 2010

sexta-feira, 17 de junho de 2011

je regrette

Every once in a while i caught me thinking if all i really want is to be by myself, and i really want to just face it and say "i don't care, just relax and go" but i dont. I have been weird lately, with all thoughts boucing on my head confusing me. Maybe it's the iminent crisis.

Yeah i know. That was crazy and i just wanted to turn things upside down.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sinal verde

Imperdoavelmente atrasado. Das resoluções que fiz da vida, não poderia mais cometer esse deslize. Minha antipatia com o relógio fora marcada em minha essência desde a existência e eu estava disposto a desafiá-la. Decidido a ser conhecido por aquela pontualidade irritantemente santa, decidido a provar para o universo que sou dono de mim. Não poderia falhar, falharia comigo. Fracassar para com você mesmo é fracassar com seus ideais, com o que acredita. E a cada segundo passado, alargava-se o abismo entre o real e a glória reluzente e especial das árduas vitórias. Meu transtorno era ainda maior pela habilidade inconveniente dos carros em potencializar mormaço. O calor era tanto, que derretia minha auto-ofensa e direcionava o objeto do meu ódio ao ponto de luz vermelho que insistentemente não se tornava verde apenas para deliciar-se com meu desgosto moral.

Percorri com os olhos do relógio ao semáforo diversas vezes, na esperança de transmitir minha dor ao aparelho e que este, complacente, gentilmente me permitisse passagem. Entretanto percebi também que uma figura se aproximava da minha janela com aquele ar que somente os pedintes profissionais, aqueles passaram anos refinando a arte de em segundos provocar comoção por alguns trocados, conseguem criar. Concentrei-me para forjar minha expressão mais verdadeira e estar pronto para agradavelmente lhe dizer que não acredito em gente vagabunda que pede dinheiro no farol.


-Boa tarde! Eu trabalho para uma instituição que ajuda dependentes químicos e...
-Poxa vida, eu não tenho nada comigo agora.
-Tudo bem. Vou deixar esse folheto com você, ok?


Recebi um pedaço de papel mal impresso e mal diagramado. Feio. Criado por quem toscamente tenta criar algo atrativo sem um grande esforço. Desenhos infantis, sóis e árvores, permeavam algumas poucas frases no informe, enquanto a irritação do calor misturada com minha pessoal frustração não me permitiram dar a atenção devida ao simplório texto contido. Me furtei a ler apenas duas frases negritadas ao centro do papel "Fazemos mudanças, pinturas, limpezas, etc. DAR-NOS TRABALHO É SUA MELHOR AJUDA".
 

Entrei em choque. Atingido com um pedido tão singelo. Talvez por há poucos segundos atrás ter mentalmente rotulado aquele jovem de vagabundo. Indignado. Não consegui atribuir coerentemente juízo de valores a situação. Aqueles pouco segundos de atraso que se sucederam tornavam-se séculos ardentes em minha emergente crise de existencialismo. Eu não mal acreditava poder alcançar as mãos ao volante enquanto meu rosto perdia os contornos. Em um arrepio, descobri que o jovem, que repetia o mesmo com o carro logo atrás, era muito melhor do que eu.


Sinal verde.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Papai me disse: "Jogue todos os seus calmantes fora"

Título alternativo: "Oê oê eu sou mais indie que você, oê oê oê eu sou o king dos blasè".




Twitter nada mais é que uma grande bacia de piadas sarcásticas e pencas de fakes criados na tentativa de cativar um público com o mesmo humor ácido. Essa farofada de todo mundo querer ser nerd, todo mundo querer ser meio intelectualóide, acabou misturando a nerdice da coisa com alguns elementos indies e criando um hibrído bizarro de "nerd da cultura POP". E claro, temos os temas que se tornaram mais que overrated. Vejamos alguns deles:

Apocalipse Zumbi: Como alguém pode realmente sonhar com isso? A realidade de uma família em que o filho está com câncer em fase terminal. Todos sabem que ele vai morrer. Ele sabe que vai morrer. Agora extrapole isso para toda pessoas da terra, num "câncer" que faz isso em segundos. Sua paixão adolescente, seus melhores amigos, seu gato, todos definhando e querendo um pedaço seu. É muito cruel. Com certeza você choraria ATÉ SECAR se tivesse que matar seu melhor amigo nessa situação. Mas contrariando o bom senso, o "eu sobreviveria até a minha velhice num apocalipse zumbi" é coletivo. A partir de agora somos uma sociedade de psicóticos sem a capacidade de sentir compaixão. Fora que todos se imaginando como heróis, mas a bem na verdade


Todos os heróis gritando juntooooo: Braaaaains!
Bacon: Meu favorito. Praticamente um dogma. Bacon é gostoso, fica ótimo no meu hamburguer, mas se as pessoas realmente comessem bacon proporcionalmente ao amor declarado, teriam diárreias cavalares. Isso mesmo, seu corpo te sabota quando você tá fazendo besteira. Beba óleo de girassol e faça teste. Mal-estar, a azia, a falta de ar e o iminente infarto vem de brinde. O culto ao bacon tem se tornado tão popular e tão extremista que bate um top 10 na minha escala de ódio.
Diz pra mim que isso não é sério.


Cupcakes: Um mistério. Até hoje não entendo o que tem de tão especial em um "Bebezinho Panco" com cobertura e uma estrela de chocolate em cima. Jogue cupcakes no google e uma enxurrada de sites e cozinheiros especializados em cupcakes apareceram. Não deixo de traçar um paralelo imaginando sites e cozinheiros especializados em pão-de-forma Panco multicoloridos ou bisnaguinhas com glitter, estrelinhas e cheias de frescura.


Bolinho seco de merenda de escola pública

8-bit: Se era tão legal assim, porque que eu não conheço uma sujeito sequer que chegou ao fim de Pitfall no Atari ou Prince of Persia (o primeiro, quando ele ainda usava uma roupão branco)? Tenho que confessar que o 8-bit tem lá seu charme e um sabor de nostalgia. Criar bonés com visual 8-bits e seguir a linha “OMG, 8-bit is myyy liiiifeee” é implorar por um tiro. Você pixels mesmo? Trocar sua Nikon D70 por uma Tekpix você não troca né?

Oi togata//